sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

ESCOLAS DIGITALIZANDO


                              "Escolas particulares adotam os livros digitais"




A agitação dos alunos é a mesma de todo início de aula, em qualquer escola e em qualquer turma de garotas e garotos com seus 15 anos.
Embalados pelo calor de uma tarde de fevereiro, falam alto e dão risadas. Como sempre,
o professor gasta preciosos minutos da aula para acalmar o grupo, usando frases que soam familiares.
“Vamos sentando, pessoal”, “Por favor, a aula vai começar”, “Gente, vamos lá, silêncio”. Aos poucos, o volume da conversa diminui,
eles se sentam, tiram o material das mochilas. É quando chega aquele momento em que se espera ouvir outra frase-padrão:
 “Peguem seus livros e abram na página tal”.
Em vez disso, o professor, que ensina química para o ensino médio, pede a seus alunos que abram seus tablets.
“Baixem os aplicativos Chemical e PSE”, diz. “Vamos usá-los nesta e na próxima aula.”
A partir daí, as coisas começam a parecer um pouco diferentes do que numa aula tradicional sobre moléculas.

A chegada das obras de editoras como Ática, Scipione, FTD e Moderna aos colégios é o primeiro movimento significativo,
desde o início da febre dos tablets na escola, em direção a uma mudança concreta no ensino. Há cerca de um ano,
os aparelhos serviam mais como marketing que como material didático. Passada a euforia da novidade, agora as escolas começam a experimentar,
de maneira mais planejada, seu uso em sala de aula.
O conteúdo do currículo escolar acessível pelo tablet ajuda a descobrir o que se ganha colocando aparelhos caros,
frágeis e fascinantes na mão de professores e alunos.

Em janeiro, o Ministério da Educação – comprador de cerca de 80% dos livros didáticos
– anunciou que abrirá licitação para livros didáticos digitais.
Eles serão adotados nas escolas públicas de ensino médio em 2015.
Dois meses antes, o governo distribuiu tablets para os professores das mesmas escolas, em treinamento para usá-los

Há diferentes modelos de livro didático digital.
O mais simples é apenas uma cópia do livro impresso em capítulos, que pode ser acessada por qualquer computador.
Esse modelo existe há algum tempo. Há uma versão um pouco mais sofisticada, que se limita a incluir no livro de papel,
ao longo dos capítulos, endereços eletrônicos.
Esses endereços são acessados pelos alunos num portal de conteúdo didático, desenvolvido pela editora,
que armazena complementos eletrônicos ao livro impresso.
O que chega agora nas escolas é algo distinto.
São coleções inteiras de livros de diferentes disciplinas, feitas para usar no tablet.
Esse livro virtual reúne textos dos livros de papel e recursos multimídia.
Sem sair do livro ou do tablet, alunos e professores podem ver vídeos, tocar músicas, entrar em galerias de fotos,
baixar aplicativos, consultar gráficos animados e a internet. O professor tem seu próprio tablet,
de onde pode acessar o aparelho dos alunos para fazer intervenções, como grifar trechos de um texto.


Livros digitais ajudam a revigorar bibliotecas públicas

A combinação entre conteúdo didático digital e as peripécias de que um tablet é capaz se conectado à internet,
é uma isca para escolas, professores e alunos.
Algumas vantagens surgem de cara, a primeira é atrair a atenção dos alunos para o conteúdo.
Engajar o aluno na aula é um dos maiores desafios dos professores.
Eles lançam mão do tablet para se aproximar dos alunos, e os alunos, do que será ensinado na aula.
“O envolvimento da turma numa aula com tablet é visivelmente maior”,
afirma Silvana de Franco Rodrigues, diretora pedagógica do Colégio Piaget, de São Paulo.
“A vantagem de ter um aluno motivado é que há mais chance de ele se interessar pelo assunto da aula”,
afirma Cristiano Mattos, pesquisador do ensino de ciências da Universidade de São Paulo (USP).

Os professores afirmam que conseguem aproveitar melhor os 50 minutos da aula.
Sandra Hoefling Petracco, professora de português e literatura do Piaget, costuma incrementar suas aulas,
com trechos de filmes, músicas e outros recursos multimídia.
É um alívio para ela não ter mais de se virar com televisão, DVD, projetor, computador, pen drives.
Sandra começou a usar o tablet com conteúdo didático digital neste ano, com seus alunos do ensino médio.
“Perdia um tempão colocando todos esses aparelhos para funcionar”, diz. “
O conteúdo da aula no tablet me dá todos os recursos com um toque.
Com isso, tenho mais tempo para circular pela classe e interagir com os alunos.”

Dentro da sala de aula, os professores têm liberdade para montar suas aulas.
O professor Adalberto Castro usa exclusivamente o tablet em todas as aulas.
Sandra, do Piaget, usa em aulas esporádicas – e, mesmo assim, com material impresso.
Nenhuma das escolas abandonou o livro impresso – nem pensam que algum dia isso acontecerá.
“A opção é dos professores”, afirma Francisco Mendes, coordenador de tecnologia educacional da Escola Internacional,
Doutor em educação e professor há 25 anos, ele é o responsável por orquestrar as experiências de sala de aula.
“Assisto às aulas com tablets, do fundo da sala, para observar o que faz sentido para o aprendizado do aluno e apontar o que pode ser melhorado”.

O potencial dos livros didáticos digitais ainda está longe da atual realidade das salas de aula.
Eles poderão ser mais eficientes se associados a sistemas de monitoramento e avaliação de desempenho.
Esses sistemas conseguem medir como o aluno usa o material para estudar em casa.
Fazem estatísticas para avaliar o grau de acerto, o tempo usado em cada lição ou estudo e outros indicadores
que mostram se um aluno está com dificuldades ou se uma turma inteira está ficando para trás.
Isso dá tempo à escola ou ao professor para intervir.
Também permite que o professor adapte o ensino a alunos com ritmo e estilo diferentes.
Alguns entenderão a reprodução celular com um gráfico, outros com um vídeo, outros ainda gostarão de um texto.
Outra vantagem dos sistemas de ensino digital é que os trabalhos, feitos on-line, ficam para sempre acessíveis ao aluno.
Ninguém precisa guardar pilhas de cadernos velhos no alto do armário.

LOGO MAIS, DICAS DA DIGITALIZAÇÃO NAS ESCOLAS.

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